Ice.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

As vezes, tenho me sentido como uma boneca de madeira.
Sem sangue, nem veias.
Um vazio, tem se apoderado de mim, e ecoa longe da razão.
Nas piores madrugadas, cavuco o meu corpo. 
Minha indiferença faz com que eu pouco me diferencie dos cubos de gelo que refrescam a minha bebida.
O frio não sai da minha boca, não sai dos meus olhos, apenas permanece preso em mim.
Um frio interno, muito intenso, capaz até de esfriar as coisas á minha volta.
Congela os meus sentidos. E o gelo, sempre ameaça derreter.
Sei que algo em mim é quente. 
Diferente de todos os meus sentimentos frios. 
Uma cor forte, cheiro e gosto metálico, traz o alívio de saber que não se é totalmente uma boneca de madeira oca, ou um cubo de gelo frio.
Insanamente desmorono no chão do meu quarto. 
Meus sentidos são quase totalmente apagados.
O ar, o oxigênio, ainda entra em meus pulmões, na triste esperança de reacender qualquer chama de vida que possa estar se apagando, em um pequeno corpo nu, rasgado e frio.
A contradição paradoxal grita. 
Para ter a certezza de que estou viva, e de que sou revestida de sangue nas veias, quase que essa vida me foi tirada. 
É inútil ter certezas.
É inútil congelar o coração para não se ter decepções.
O gelo derrete, a alma se afoga.
Uma hora, não vai ter mais volta.

1 mil comentários:

Doki☺Heytor disse...

Humm cavuca seu corpo nas madrugadas....(6)

e dessa nem vem dizer quem não é em sentindo literal XD
Mas falando sério, gostei do texto, ele é realmente frio no começo, mas depois esquenta, com a ideia que sempre existe algo quente para reanimar...