De Cazuza a Nando Reis

sábado, 17 de setembro de 2011

Sinceramente, eu estava bem no meu canto. Com uma certa carência, apesar de tantas noites em restaurantes, e amores sem ciúmes..  Vivendo sob um céu desbotado é verdade, mas com a alma lavada e destilada de tanto álcool. E a vida me endoidando, ia procurando meu lugar ao sol.. E levava em frente esse coração dependente, cheio de vícios, que só sabe amar errado, crente que o que sente é sagrado. No som do meu carro, enquanto dirigia meio embriagado, ia tocando Cazuza jogando na minha cara "E é tudo piada..e é tudo piada.." . 
Que coincidência pra esse eu-carente-profissional. Foram mesmo, dois olhos verdes, da cor da fumaça que me envenenaram. E sabe que há ainda algum sangue correndo em minhas veias, além desse veneno viu? 
Estou doente, e me sinto revigorado. Bem que dizem por aí que nos pequenos frascos se encontram os piores venenos. Não deixo de pensar, que esse tenha sido o melhor, e que essa seja a melhor forma de se estar doente. Doente de amor. 
É verdade, eu estava bem no meu canto, sem ninguém pra amar. E agora ando perturbado, dilacerado de tanta vontade. 
Há tanta gente nesse mundão, e eu parado feito um idiota, olhando pro teu retrato me perguntando, qual é a sua, hein menininha? 
Nas mesas de bar, eu me recuso a confessar que trocaria as noites de farra com martine e tequila por noites naquele apartamento no sétimo andar com vinho e poesia.
E olha, onde estou agora.. dentro do elevador, apertando o 7 que é o seu andar, só porque estou louco pra te encontrar..