Pretérito Imperfeito

quarta-feira, 26 de outubro de 2011


Nunca precisei de um outro coração
que não fosse o meu batendo 
sempre na contramão
Vivendo uma verdade superficial 
poucos sentimentos, só um lado racional
sem dores, muitos goles 
e só o cheiro de cigarro


Noites em claro, sem pensar em nada
pensando em tudo em plena madrugada
café na estante, violão parado 
não percebia aquele céu estrelado


Sem motivos, sem olhar pros lados
eram os vícios que me deixavam ocupado
parecia não ter medo
mas sozinho, abraçava o travesseiro


Sempre com o olhar perdido 
parecendo procurar algo 
anestesia pra tanta angústia
no sangue era só álcool


Não falo de tristezas
nem de uma solidão depressiva
mantinha o belo sorriso no rosto 
com uma alegria expressiva


É de mim que falo, no pretérito nada perfeito
o que faz sentido, é hoje sentir aquele cheiro
é dormir sem precisar de travesseiro 
desejando estar perto o tempo inteiro
é ficar com raiva, se irritar
é morrer de saudade, se entregar


Preciso desse outro coração batendo 
e sentir que existe sentimento 


A verdade é profunda
Ela tem cor, tem voz e tem cheiro 
tem perfeição até nos defeitos


Sorriso largo que me faz correr o risco 
de me perder, e nunca mais me achar
Sorriso largo que me apresentou outro paraíso
quem me ajudou a me encontrar