Pretérito Imperfeito

quarta-feira, 26 de outubro de 2011


Nunca precisei de um outro coração
que não fosse o meu batendo 
sempre na contramão
Vivendo uma verdade superficial 
poucos sentimentos, só um lado racional
sem dores, muitos goles 
e só o cheiro de cigarro


Noites em claro, sem pensar em nada
pensando em tudo em plena madrugada
café na estante, violão parado 
não percebia aquele céu estrelado


Sem motivos, sem olhar pros lados
eram os vícios que me deixavam ocupado
parecia não ter medo
mas sozinho, abraçava o travesseiro


Sempre com o olhar perdido 
parecendo procurar algo 
anestesia pra tanta angústia
no sangue era só álcool


Não falo de tristezas
nem de uma solidão depressiva
mantinha o belo sorriso no rosto 
com uma alegria expressiva


É de mim que falo, no pretérito nada perfeito
o que faz sentido, é hoje sentir aquele cheiro
é dormir sem precisar de travesseiro 
desejando estar perto o tempo inteiro
é ficar com raiva, se irritar
é morrer de saudade, se entregar


Preciso desse outro coração batendo 
e sentir que existe sentimento 


A verdade é profunda
Ela tem cor, tem voz e tem cheiro 
tem perfeição até nos defeitos


Sorriso largo que me faz correr o risco 
de me perder, e nunca mais me achar
Sorriso largo que me apresentou outro paraíso
quem me ajudou a me encontrar

De Cazuza a Nando Reis

sábado, 17 de setembro de 2011

Sinceramente, eu estava bem no meu canto. Com uma certa carência, apesar de tantas noites em restaurantes, e amores sem ciúmes..  Vivendo sob um céu desbotado é verdade, mas com a alma lavada e destilada de tanto álcool. E a vida me endoidando, ia procurando meu lugar ao sol.. E levava em frente esse coração dependente, cheio de vícios, que só sabe amar errado, crente que o que sente é sagrado. No som do meu carro, enquanto dirigia meio embriagado, ia tocando Cazuza jogando na minha cara "E é tudo piada..e é tudo piada.." . 
Que coincidência pra esse eu-carente-profissional. Foram mesmo, dois olhos verdes, da cor da fumaça que me envenenaram. E sabe que há ainda algum sangue correndo em minhas veias, além desse veneno viu? 
Estou doente, e me sinto revigorado. Bem que dizem por aí que nos pequenos frascos se encontram os piores venenos. Não deixo de pensar, que esse tenha sido o melhor, e que essa seja a melhor forma de se estar doente. Doente de amor. 
É verdade, eu estava bem no meu canto, sem ninguém pra amar. E agora ando perturbado, dilacerado de tanta vontade. 
Há tanta gente nesse mundão, e eu parado feito um idiota, olhando pro teu retrato me perguntando, qual é a sua, hein menininha? 
Nas mesas de bar, eu me recuso a confessar que trocaria as noites de farra com martine e tequila por noites naquele apartamento no sétimo andar com vinho e poesia.
E olha, onde estou agora.. dentro do elevador, apertando o 7 que é o seu andar, só porque estou louco pra te encontrar..

tempo

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ouvindo verdades
Esquecendo o futuro
Querendo não pensar
Me entorpece teu sorriso largo
teu humor amargo
Que eu não sei não provar
E aí, será que no final 
significaremos algo?
Faz sentido subir tão alto
se não se pode voar?
Me interessa esse jogo sem regras
de cheiro, de toque e saudade
Mas existem outros lados
E isso não é nem a metade
dos meus vícios e medos
Nossos planos secretos
Do sentimento em segredo
de querer estar perto sem estar...



Acróstico

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Distância criando saudade no ser
Espera ansiosa de toda uma vida
Simples relutância de querer e não dever
Conhecer a entrada sem enxergar saída
Ouvindo desejo em cada suspiro
Não saber resistir à libido
Tremer ao sentir a respiração
Rosto, pescoço, barriga e mãos
Olhos, seus olhos, e nosso coração
Língua, lábios e prazer sem pudor
Amantes em palavras, gozando o toque
Doentil felicidade, extase e calor
Amar... amor.


O nome do poema, está nele mesmo.

Alô Alô, planeta terra chamando, planeta terra chamando..

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Essa, é mais uma edição ,do diário de bordo, de Nayane Alves de Souza, falando diretamente do MEU mundo, onde tudo pode acontecer...


Pois bem, quem vos escreve hoje é a Nay com 17 anos. Rá. 
Que por sinal, está bem diferente daquela garotinha de 14 anos que criou esse blog. 
Pode nem ser grande coisa nem muito tempo, mas fazer parte do mundo a 17 anos e ter vivido tudo que já vivi, é uma puta experiência incrível. Ainda não dei a volta ao mundo, nem saí da casa dos meus pais. Também não terminei meu doutorado, até porque ainda nem fiz os vestibulares. Faltam 4 meses para acabar o ensino médio.
Nem pensem que tive um filho, ou que publiquei algum livro. Ainda não ganhei nenhum prêmio Nobel, também não concluí nenhum grande projeto. Isso tudo, quem sabe não vivencio daqui uns 10..20..30..40 anos.. e claro, quando tudo acontecer, prometo falar-lhes sobre os  fatos que ainda serão (será?) vivenciados..
Mas apesar de tudo (ou quase nada..), já passei por experiências incríveis nessa minha existência que não tem nem duas décadas. 
E mudei ! Mudei feito um camaleão, tendo que me adaptar às pessoas novas que foram entrando na minha vida, me adaptar aos lugares diferentes pelos quais tenho passado e também tendo que me adaptar a mim mesma... às coisas novas que fui e ainda estou, descobrindo em mim.
Acho que estou no meu melhor momento. Passando pela minha melhor e mais natural evolução. Até porque, estou naquela fase em que evoluir, é mais importante do que mudar. É até mais maduro.. 
Claro que é divertido ser uma metamorfose ambulante e não ter aquela velha opinião formada sobre tudo..
Mas acontece, que chega um momento em que você para pra pensar sim sobre "O que é o amor".. "Sobre quem sou.." E começa a tirar suas próprias conclusões... Também chega o momento em que você não só pensa a respeito, mas começa a viver tudo isso. Começa a viver um "EU" que até então não conhecia. Começa a viver o tal do amor, que até então, não passava de teoria. E percebe que apesar de tantas dúvidas, há sempre alguma certeza.. Pode ser a certeza do que você é, ou a certeza de que você ama. Ou até mesmo as duas juntas. E aí, por mais camaleão que você possa ser, nesses quesitos a metamorfose não te atinge. Só há uma evolução. A evolução do "SER" ... Uma evolução do que você é. Não que você mude, ou que troque de ideia a cada nascer do sol, acordando todos os dias e se descobrindo uma pessoa diferente na frente do espelho. Não.. A pessoa na frente do espelho é sempre você, talvez com uma espinha que ontem a noite não estava ali, mas também uma pessoa mais evoluída. E já que coloquei o amor nessa história toda, pode ser que uma das evoluções no SER, esteja aí nesse coração que sabe o que é amar. 
Acho que o que eu quero dizer, é que apesar de todas as Nay's que me olharam nos olhos na frente do espelho durante toda essa minha vida, estou naquela que está preferindo evoluir, do que se metamorfosear todos os dias. Não que eu tenha uma velha opinião formada sobre tudo, ou que eu já saiba exatamente o que é o amor ou quem eu sou... Mas é que agora, não sinto a necessidade de mudar a minha vida todo dia pra não cair num marasmo. Estou satisfeita com o que estou sendo. Me sinto amada suficientemente pra ser livre. Livre pra ser o que sou.
Sem dúvida, estou no meu melhor momento.
(as várias faces da Nay. rá)

(foto mais recente)

Sobre vinhos e absorventes de supermercado

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dana que já havia passado dos 30, não era nenhuma menininha mais. Menininha dessas de 15 que sonha com um garoto perfeito, ou dessas de 22 que está acordando pra vida, apaixonando homens e escolhendo namorados. Não. Dana não se encaixava em nenhuma dessas.
Ela, uma mulher de fibra, que já havia amado, sonhado e quebrado a cara tantas vezes, só trazia consigo a certeza de que era linda. E se não tinha uma aliança dourada na mão esquerda ainda, era porque homem nenhum tivera a capacidade de ver em Dana o que ela própria via. Uma mulher linda.
Até que na fila do supermercado, Dana conheceu Carlos.
Depois de oito ou nove encontros, muitos telefonemas da parte de Dana e recados na secretária de Carlos, ela resolveu se olhar no espelho.
Viu a si própria enxugando as lágrimas daqueles olhos fundos. Estava com olheiras horríveis. Foi checar os e-mails.  
 “ Hei Dana, espero que entenda querida. Não te quero mais, e espero não ter que dizer isso olhando em seus pobres olhos. Não me importo com você realmente e na verdade tanto faz o que você pensa de mim. Preciso de uma mulher com mais sofisticação, beleza e intelecto do que encontrei em você, afinal é grande a diferença entre uma que aprecia verdadeiramente um Chateau Pape Clement e que não se contenta apenas com um Crevelin encontrado no supermercado onde você compra seu absorvente.
Não precisa responder. Um abraço, Carlos Santhiago.
            Bom, era isso o que havia em sua caixa de entrada. Desligou a tela do computador e voltou ao espelho.
            “Linda, é? Linda aonde ein? Onde ? Errei na cor do cabelo, errei no vinho e em que mais? Não sou linda o bastante, nem entendo de vinhos o bastante. LINDA AONDE?" pensava Dana.

Vídeo: Como não se fazer um vídeo num domingo

domingo, 20 de março de 2011



Oi pessoas, depois de MUUUITO tempo cá estou eu de volta, tentando ressuscitar esse negócinho que chamo de blog. 
Amo escrever, isso é mais do que fato, mas vejam só.. Falar também é bom ! 
Gravei esse vídeo em um domingo em que não tinha nada de bom pra fazer. Com o intuito de ensinar "Como não fazer um vídeo em um domingo" . 
Se der ânimo gravo outros. Se não der, fica por isso mesmo. 
Um beijo pra quem conseguir assistir metade do vídeo pelo menos e 2 beijos e meio pra quem conseguir ir até o final. 
Vocês são lindos. E a terra é azul ! 


@naaaaaay