Yan foi meu melhor amigo durante muito tempo. Ele era diferente de todos os garotos que eu conheci até hoje. Era um garoto lindo, a sua pele era da cor do chocolate e os seus olhos eram tão verdes quanto a grama do maracanã.
Seu cabelo não era liso.
Havia um charme rebelde em seus fios da cor de um chocolate mais escuro, e tão macios quanto o algodão. Ele não era tão mais alto quanto eu, porém era forte e suficientemente e capaz de me amparar em seus braços me protegendo. Ele me ouvia, me contava coisas que eu nunca imaginava que pudessem ser verdade e conversava comigo o tempo que eu precisava, nunca me virou as costas, e sempre me apoiou em tudo. Ele não era desavergonhado assim como eu, era inclusive muito tímido, não se sentia muito a vontade conversando comigo no meio dos outros.
Eram nos momentos que estavamos sozinhos, que tinhamos as nossas mais loucas e produtivas conversas. Era incrível como o seu ombro curava a minha angústia de choro. O seu sorriso era o sol que me estimulava a viver a vida ! Ele me mostrava o quanto eu era especial, e me ensinou a fazer com que eu gostasse de mim do jeito que sou, me mostrou que é importante o amor próprio. Ele ria das coisas que eu falava, e foi com ele que aprendi a ser descontraída dessa forma, pois na verdade ele era tímido rente as pessoas, mas na minha presença ele se soltava. Para as pessoas que nos rodiavam era como se ele não estivesse ali, como se Yan não fosse real. Talvez ele não fosse mesmo real para os outros, acho que a unica que fora capaz de ver Yan, de conhecer Yan, de ouvir Yan foi eu.
Yan já teve vários nomes, várias formas,vários jeitos.
Não sei quanto tempo cada Yan durou, não sei quando Yan deixou de estar presente na minha vida, não sei nem quando Yan começou existir.
Sei apenas o quanto foi importante ter um Yan na minha vida mesmo sendo de mentirinha. Não acredito que esse Yan exista completo em apenas uma pessoa, na verdade os amigos que tenho juntos num todo, podem até formar um Yan, ou não. Quem me trouxe a lembrança de Yan hoje, foi a chuva, que me deixou impossibilitada de entrar no meu mundo virtual, fiquei sem Tv, Sem Net, Sem PlayStation e com o telefone e o celular fora de linha.
Confesso que tinha certeza que meu dia seria um tédio, mas no chão, la fora brincando com gotinhas de água e escutando a chuva cair, certas lembranças, me vieram á tona, Yan foi a principal delas, juro que tentei ressucitar Yan dentro de mim, mas acho que perdi a chave que abre a porta do bazar dos sonhos no reino das fantazias. A chuva continua caindo, mas agora em um outro ritmo, mais calmo como o de uma música. Não é mais o som das trovoadas nem da água que predomina agora, e minhas lembanças começaram a esvair-se, ouço apenas o barulho do chuveiro, da tv do resto da chuva...
A chuva que traz...
domingo, 19 de julho de 2009Postado por Naay às 21:15
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5 mil comentários:
escreve muito bem tia *-*
meldels *o*
que incrivell, adorei mesmo, muito muito
mas to com uma sensação de deja vu...não deve ser aprimeira vez que fala dele....
mas continua sendo incrivel
sou seu fã
já sabe neh?
Querida amiga avassalador...
Legal escolher um nome para todos que significaram algo pra ti...
Vou pensar num nome para os meus tb.
Ahh, é bom ser assim, mostra que você dá valor pra quem você tem a seu lado e até pra si mesma, adorei o texto.
Beijo, Carol
nossa vc escreve realmente bm
alguimas pessoas nascem com um dom mesmooooooooooo
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